Princípio de Pareto e prática musical: aprendendo a identificar o mais importante para os resultados nos estudos e prática.
Quem é músico sabe o valor de uma boa performance: é preciso estudo rigoroso, deve ser um hábito diário. É necessário também dividir o estudo teórico, prática musical e descobrir o que é mais importante, o que faz a diferença.
O músico pode errar na maneira de estudar, já que quando pensamos em execução musical, pensamos logo em sair tocando a música, é a velha história de querer uma recompensa imediata.
Há casos, em que até é possível rapidamente aprender e executar uma música. Mas e a qualidade dessa execução? Será que é tão boa quanto fazermos todos os procedimentos necessários e sem pular etapas?!
Por outro lado será que tudo o que aprendemos como procedimento de estudo deve ser rigorosamente respeitado?!
A resposta é: depende, como o processo metacognitivo não é igual, não é possível haver algo padrão para todos, é preciso ir testando até encontrarmos a nossa forma.
Muitas vezes não adianta fazer tudo como manda o figurino e não obter resultados satisfatórios, não é raro encontrarmos por aí alunos de música que estudam há anos e se sentem estagnados, não apresentam avanços e terminam frustrados.
É nessa hora que entra o princípio de Pareto, na capacidade de identificar o que é fundamental para o resultado que buscamos, aquilo que é o essencial para nos fazer avançar.
➡ Continue lendo e entenda como relacionar o princípio de Pareto e prática musical.
Princípio de Pareto
Princípio de Pareto – Origem
Antes de sabermos como aplicar o Princípio de Pareto nos estudos de música, vamos aprender a origem e o significado do termo.
Vilfredo Pareto foi um cientista político, sociólogo e economista italiano que, durante o século XX, identificou um padrão que se confirma em todas as áreas, uma teoria universal da desigualdade. Ele percebeu por exemplo que:
- 80% das terras pertence a 20% da população;
- 80% das riquezas se concentra nas mãos de 20% das pessoas;
- 80% dos crimes é cometido por 20% da população.
Ou seja, ele descobriu a proporção 80/20, que resumidamente diz que 80% dos resultados dependem de 20% dos esforços, aqueles 20% mais importantes.
Essa descoberta ficou conhecida como princípio de Pareto, método de Pareto ou princípio 80/20. A partir daí é utilizada em diversas áreas, principalmente na Administração, quando é aplicada na qualidade total quando se identifica o mais importante para o alcance do objetivo, ou no controle de estoques, onde produtos mais valiosos correspondem a 20% do total em um estoque.
O contrário também é real, por exemplo, se dedicar 80% ao não essencial e obter 20% de resultados.

A prática musical e o princípio de Pareto
Bem, o processo de identificar o que é mais importante para alcançar um resultado não é fácil e é muito subjetivo, afinal cada pessoa pode ter dificuldades diferentes, então é preciso ser muito honesto nessa etapa.
Se você é aluno de algum curso de música suas notas o ajudarão a guiá-lo neste processo. Mas no fundo sabemos o que nos incomoda e nos deixa inseguros por não executar tão bem e isso também ajuda a partir de um determinado resultado para melhorar.
É importante aqui estabelecer um objetivo, que pode ser:
- Passar numa prova;
- Tocar uma determinada música.
Enfim, defina bem o resultado que deseja e defina um prazo.
Feito isso, pense honestamente sobre quais atividades precisa realizar e por quanto tempo
Ao executar perceba o que não contribui tanto assim para o seu resultado, por exemplo, muitas vezes estudamos algo que já sabemos de cor, isso com certeza não contribui diretamente para os nossos sonhados 80% de resultados. Então aprenda a eliminar o que não é importante.
Dica: normalmente o mais importante é o ponto de que mais fugimos, que mais evitamos estudar. Normalmente estudamos o que sabemos mais, precisamos focar no que sabemos menos ou não sabemos.
No meu caso, desde a faculdade de licenciatura em música eu sofria muito com teoria e percepção musical, que é escutar e perceber notas, tempos, velocidade corretamente. Eu odiava, ficava nervosa durante os ditados (onde professores tocam e temos de escrever as notas, duração e altura na partitura).
Por não saber direito teoria e percepção eu não ia tão bem nas práticas de conjunto, normalmente corria bastante e isso prejudica o grupo. Terminei a faculdade e continuei estudando, e obtive uma melhora significativa há pouco tempo, quando passei a solfejar as melodias antes, e a praticar sempre com o metrônomo ligado. Eureka! Identifiquei os 20% mais importantes para os resultados que desejo.
Eu ainda não estou como desejo, afinal os resultados que busco são a longo prazo, mas posso afirmar com certeza que essa mudança fez toda a diferença pra mim, identificar o mais importante e trabalhar nele tem sido algo fundamental. E a prova de que é possível aplicar o princípio de Pareto a prática musical e melhorar significativamente.
Conclusão
O princípio de Pareto nos ajuda a perceber que não adianta agir reativamente, que é preciso identificar o que realmente importa para a realização do objetivo. Nós músicos ou alunos de música muitas vezes estudamos algo pra fazer uma prova ou para uma apresentação. O ideal é um estudo constante, mesmo que seja por pouco tempo.
Agora que já sabe sobre o princípio de Pareto e a prática musical, identifique o essencial no seu estudo, os 20% necessários para alcançar seus resultados e perceba quanta diferença faz.
Como já dito, é um processo subjetivo, porém necessário e é preciso muita clareza, então papel e caneta são sempre bem vindos. O mais difícil é identificar o que é mais importante, feito isso é só trabalhar duro em seus “20%” e os resultados surgirão naturalmente.
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Bons estudos!
Fontes:
Administração Geral e Pública – CHIAVENATO, Idalberto
Estatística Para a Qualidade – VIEIRA, Sonia