5 CHAVES PARA ALCANÇAR A MAESTRIA MUSICAL

Quem executar melhor um instrumento?! Fique atento o presente artigo trata das 5 atitudes essenciais para otimizar o aprendizado musical. Faça o teste, repita o processo durante um mês e perceba sua evolução.

Muitas pessoas têm vontade de aprender um instrumento musical, a música fascina a todos, e nos coloca em um estado de elevação total seja apreciando, seja dançando ou seja quando executamos um instrumento, e essa última sensação tem realmente um sabor especial, proporcionar emoções não tem preço.

Ao decidir aprender um instrumento, muitos se frustram pois inicialmente procuram um resultado rápido e perfeito, mas para executar bem um instrumento é preciso dedicação, paixão, amor à prática.

Logo, alguns abandonam, ficam frustrados quando tomam consciência do processo e da disciplina necessários.

Outros, pagam o preço e ao final garantem valer a pena cada segundo dedicado ao aprendizado musical.

Vivemos em meio a uma cultura voltada para o consumo e para os resultados rápidos, nos programas de tv ninguém fala da “jornada do herói”, mas frisam bastante suas conquistas, como se o processo não tivesse importância.

Quem desiste, facilmente é capturado pela ideia de que só os “talentosos” conseguem, que não é capaz. Bem, essa ideia de talento vem sendo derrubada por diversos músicos e professores, afinal sabe-se que o “talento” é o resultado de horas de prática e estudo.

Não é nada fácil tocar um instrumento, pois a execução musical exige uma integração de habilidades, quando a música acontece é preciso sincronia da atenção, do entendimento e da ação.

Este artigo visa traçar um paralelo entre o livro Maestria –  As Chaves do Sucesso e da Realização Pessoal – George Leonard e o aprendizado musical.

Neste artigo iremos abordar os seguintes tópicos:

Flautista

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MAESTRIA

O escritor George Leonard em seu livro “Maestria – As Chaves do Sucesso e da Realização Pessoal, enumera as cinco chaves essenciais para o aprendizado, esse artigo faz uma analogia entre conceitos do livro adaptados para o caminho que o músico trilha na busca do aperfeiçoamento em seu instrumento.

George Leonard define maestria como “o caminho do mestre”. Uma filosofia de vida, busca que não tem fim e deve ser levada a sério dia após dia, nem mesmo o mestre deixa de praticar todos os dias.

Ele inicia o livro falando da aquisição de conhecimento, quais processos são importantes, traz um conceito da neurociência que defende que o aprendizado é ligado a três aspectos, ao hábito, ao esforço e ao sistema cognitivo.

Aprender utilizando o sistema cognitivo, o esforço e o hábito ao mesmo tempo é mais trabalhoso e cansativo, mas quando o aprendizado é observado, fica apenas o hábito, o que torna mais fácil a tarefa.

É preciso consciência do projeto e métodos de avaliação que permitam avançar diante do conteúdo. Falaremos com mais detalhes adiante.

Uma boa estratégia é criar um horários diário de estudo, pesquisas atuais apontam que para a criação de um hábito são necessários, em média, sessenta e seis dias.

Ele explica que o estudo deve ser contínuo e que em algum momento há um pico de aprendizado, em seguida uma retração e se o processo for constante os ciclos vão se repetindo: estudo, pico de aprendizado e retração.

O que Leonard Chama de platô é a rotina, o estudo contínuo, onde não há pico de aprendizado, e reforça que ao nos dedicarmos a determinada atividade, passamos a maior parte do tempo no platô, e é preciso continuar dia após dia mesmo com a sensação de não estarmos avançando.

Os argumentos utilizados por Leonard são baseados nos estudos do professor de neurociência Karl Pribram.

Sabemos que no estudo de música podemos ficar horas repetindo um movimento, e esse processo pode assustar algumas pessoas que esperam resultados mais rápidos.

O autor fala no livro de obstáculos no esporte e traça quatro perspectivas para pessoas orientadas para o resultado, mas é possível perceber que são comuns independentemente do tipo de atividade, inclusive com quem quer aprender um instrumento:

  • continuar
  • intensificar o treino
  • encontrar um esporte mais fácil
  • desistir

Segundo o livro, a alternativa correta é continuar praticando, mesmo se aparentemente não estivermos avançando, encontrar prazer na prática sem se frustrar.

Ele ainda enumera alguns perfis de praticantes:

  • Fogo de palha – se empolga muito no início, compra materiais novos, faz todo um ritual mas perde o fôlego no meio do caminho e logo se encanta por outras atividades, normalmente não completa nenhuma.
  • Obsessivo – perde muito tempo buscando a perfeição, ele até consegue bons resultados, mas não sossega, sofre muito, pois se cobra demais e perde tempo com alguns detalhes desnecessários.
  • Sossegado – faz só o básico, é aquele cara que estuda para passar e está sempre tranquilo.

Na música não é diferente, ou já nos identificamos em algum momento com um desses perfis, ou conhecemos pessoas assim.

 

AS 5 CHAVES PARA ABRIR AS PORTAS DA MAESTRIA

estudante música

Chave 1 – Instrução

Durante a instrução George Leonard argumenta que é preciso um mestre, um professor. Não que o autodidata não consiga aprender, porém quem opta por um aprendizado solitário tem mais dificuldades e demora um pouco mais, pois age baseado em tentativas e erros, sempre testando.

Um material adequado é indispensável para que o estudante possa otimizar aprendizado musical.

Por outro lado, um bom mestre, ele guia o seu aprendiz, afinal já conhece o caminho que estamos trilhando, nos mostrando atalhos, técnicas, etc., poupando tempo e usando um método assertivo.  Ele conhece muitas das dificuldades do aprendiz pois já passou por elas.

Em tempos modernos onde a informação se dissemina facilmente, o mestre pode ser o material online, o curso, o livro, o canal do youtube, etc.

Encontre um bom mestre

Nesse aspecto, é bom identificar características do bom mestre para que não seja orientado pela pessoa errada. Um bom mestre deve valorizar avanços no aluno, independentemente da sua velocidade de aprendizado.

O mestre deve observar todos os seus discípulos, muitas vezes vemos professores valorizarem mais os alunos que sabem mais, porém isso não é uma característica determinante no futuro do aluno, pois os alunos que aprendem com facilidade podem ter dificuldades com a disciplina, depositando todas as suas fichas em sua capacidade.

Se você é o mestre preste a atenção em seus alunos introspectivos, muitas vezes eles não fazem muitas perguntas e acabam tendo seu rendimento prejudicado apenas pela falta de comunicação, no fundo sabemos que o processo de aprendizado de cada pessoa é único.

O bom mestre saber ser generoso. Ser generoso não é facilitar ou aliviar o aluno, é ter empatia, saber adaptar exercícios, não fazer diferenças entre os demais alunos, é apenas ser justo.

Nem sempre o professor que executa melhor será o melhor guia, muitas vezes ele tem uma prática impecável, mas não entende as necessidades dos seus alunos, em contrapartida pode ser que um mestre que não execute tão bem tenha maior sensibilidade e empatia na hora do ensino. Portanto execução perfeita não é sinônimo de didática.

No caso de um material online, procure informações, teste a metodologia e escolha o melhor material, curso ou livro online. O importante é testar com honestidade o que funciona para você.

Vale lembrar que o nível de disciplina e comprometimento quando se tem um professor online é muito maior, aqui você precisa criar uma rotina, seus próprios horários, seja firme e tenha consciência do projeto.

Violoncelista

Chave 2 – Prática

Bem, esse com certeza é um dos principais pontos para se adquirir desenvoltura e boa execução, seja no canto ou no instrumento, a prática é fundamental. A prática é fundamental para otimizar o aprendizado musical.

George Leonard fala da prática associada a atividades esportivas, afinal ele é praticante de artes marciais, mas notamos diversas semelhanças com a execução de um instrumentos, afinal o treino, a prática deliberada é indispensável para o avanço do músico.

A prática não deve ser entendida com o meio para se chegar ao resultado, deve ser valorizada e amada. O autor justifica que o caminho é mais importante que o destino, os mestres se tornam cada vez melhores por amar a prática.

Faça sempre um pouco mais, fique sempre um pouco mais, o mestre sempre fica cinco minutos a mais no tatame, no caso da música, em seu instrumento.

Quando falamos da prática, estamos falando da prática correta, pois por vezes as pessoas ou praticam o que já sabem ou praticam errado.

Se está trabalhando o canto, a respiração  precisa ser adequada, a afinação correta, assim como a postura e as demais técnicas. Se é violão, alongue os dedos, faça os exercícios da maneira certa, ou seja, respeite as técnicas, estude o que não sabe, ou o que sabe menos.

Uma coisa de cada vez.

Só passe para outro estudo depois de executar corretamente, muitas vezes ao estudarmos nos vemos ansiosos por outra música, mesmo antes de estarmos executando corretamente, não se engane. Nesse processo é preciso muita honestidade e autocrítica.

Como dito antes a prática deliberada é fundamental, alguns estudos apontam que para se tornar expert em determinada área, são necessárias 10.000 horas de treino, porém há outros estudos falam da qualidade da prática, portanto é preciso muita prática com qualidade, isso é indiscutível.

violinista

Chave 3 – Entrega

Nada funciona bem se não houver entrega, ou seja, confie nas instruções e pratique sem medo ou restrições, esteja de corpo e alma em cada segundo de estudo. Para otimizar o aprendizado musical é preciso entrega, não se julgue, faça o que tem que ser feito.

O empreendedor Seiiti Arata em sua resenha sobre o livro, relaciona entrega a um conceito defendido pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, o estado de flow, ou seja, imersão total em alguma atividade.

Sabe aquele momento em que você está tocando um instrumento ou fazendo alguma outra atividade, e de repente percebe que já anoiteceu mas parece que passaram apenas alguns segundos?! Você não sabe mais estava em flow, em Português, estado de fluxo.

A entrega conduz ao estado de fluxo, imersão total, você sabe que se entregou de verdade quando isso acontece. Não adianta começar um estudo pensando na próxima atividade, esteja presente no momento, é uma sensação maravilhosa.

Pratique como se só existisse esse instante, faça o que precisa ser feito com paixão. Esqueça a timidez na hora de executar os exercícios em grupo durante a prática musical e as apresentações (teoria sempre mais fácil, tenha determinação). 😀 

visualização

Chave 4 – Visualização

Saiba onde quer chegar, imagine aquela performance desejada e busque por ela.

No livro, Leonard fala de um golpe de aikido, onde imagina seus dedos se alongando para dar o golpe perfeito no oponente, obviamente ele não vai ter os dedos alongados de verdade, mas isso faz com que busque a execução perfeita.

Se puder ser sonhado, então pode ser feito. (Theodore Roosevelt)

Imagine os detalhes e trabalhe por eles, visualizar fortalece nosso comprometimento e percepção, nos dá a ideia de como praticar, em quais pontos focar, etc.

Essa atividade nos mostra a importância da intenção ao praticar, qual é a sua intensão ao tocar um instrumento, onde quer chegar. Tenha seu propósito claro.

Limite

Chave 5 – Limite

Nessa última chave para a maestria Georde Leonard surpreende, pois até aqui ele fala da serenidade de continuar sempre, como se o mestre fosse somente sereno, o que não deixa de ser verdade apesar de parecer paradoxal.

A prática deve ir até o limite, é o momento que você realmente não aguenta mais, talvez o momento em que os dedos de um flautista começam a dar um sinal de cansaço. Bem, nesse ponto é preciso bom senso, pois sabemos que muitos instrumentistas desenvolvem LER (lesão por esforço repetitivo).

O limite com bom senso pode ser entendido como maior tempo que se aguenta praticar sem prejudicar a saúde e outras atividades. É importante lembrar que vale mais estudar um pouco a cada dia do que estudar oito horas num dia e passar uma semana, um mês sem praticar.

Se eu não pratico um dia, eu percebo; dois dias, os críticos percebem; três dias, o publico percebe. – Jascha Heifetz.

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 CONCLUSÃO

Agora que você já conhece um pouco mais do processo para otimizar o aprendizado musical é preciso ação, o conhecimento teórico não é nada sem a prática.

Faça o teste, bote em prática por um período determinado, faça um cronograma e meça os resultados. Tenho certeza que haverá progressos significativos.

Ame o processo, aprenda com o platô e pense que a performance e o conhecimento precisam ser mantidos e aperfeiçoados continuamente. Nunca ache que está pronto, lapide dia a dia sua execução. 😉

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A teoria sem a prática de nada vale, a prática sem a teoria é cega. – Lenin

Fontes de Consulta:

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